A UE e a Cimeira
"O problema não está em Mugabe vir à Cimeira UE - África. As relações internacionais assentam em relações entre estados e nos interesses que os aproximam ou afastam, não em afinidades políticas ou ideológicas ou em posturas morais. Não se pode querer "falar" com África sem ser interlocutor da sucessão de horrores que passam por ser os "chefes de estado" africanos.
O problema está na deliberação de 2002 que impediu Mugabe de vir à Europa. Se foi considerada necessária e correcta, então devia ter sido levada a sério, e só havia cimeira com quem aceitasse a exclusão de Mugabe. Se a UE respeitasse as suas proclamações de boa moral universalista e se respeitasse a si mesma, teria sido assim. Mas como acontece com muita política externa da UE, esta é uma mera retórica moralista, boa para as consciências correctas, que nos momentos de apuro económico e de encolhimento do "espaço" comercial, como é este com os chineses a implantarem-se em África, é imediatamente substituída por mais "realismo". No seu conjunto, é má diplomacia, mostra de fraqueza e de indecisão."
O problema está na deliberação de 2002 que impediu Mugabe de vir à Europa. Se foi considerada necessária e correcta, então devia ter sido levada a sério, e só havia cimeira com quem aceitasse a exclusão de Mugabe. Se a UE respeitasse as suas proclamações de boa moral universalista e se respeitasse a si mesma, teria sido assim. Mas como acontece com muita política externa da UE, esta é uma mera retórica moralista, boa para as consciências correctas, que nos momentos de apuro económico e de encolhimento do "espaço" comercial, como é este com os chineses a implantarem-se em África, é imediatamente substituída por mais "realismo". No seu conjunto, é má diplomacia, mostra de fraqueza e de indecisão."
José Pacheco Pereira in Abrupto
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